O que eu adoro... ou parte!

Escrevi este poema, de uma assentada, há uns tempos atrás, algures em Maio.
Como tantos outros, esteve para se eclipsar, perder-se no sistema binário para depois desaparecer de vez, com o simples e tantas vezes repetido premir dessa teclinha mágica, mas também castradora... o delete. O acaso fez-me partilhar estas palavras...

... primeiro a Surpresa- lindo, é lindo Aninha (Achas?!) ...

... depois a Proibição- vá promete, promete que não apagas (A sério?!) ...

a insistência de quem estimo, o valor da sua opinião perpetuou este pedaço de mim.
Hoje digo, "Ainda bem!!", pois deu origem a um dos melhores momentos da minha vida, uma surpresa sem comparação, um presente valioso... valiosíssimo... que elevou ao mais alto dos céus as palavras outrora condenadas, mas agora e para sempre vivas, pois vincadas no mais profundo da minha alma!

Faz-me pensar no delete e quão fácil é por vezes agir sem pensar, menosprezar algo ou alguém...
(bem, mas isto são outras histórias, novas conversas. Não nos percamos!!)

Agora digo o mesmo que ele, o artista que deu acordes à minha alma e, sem saber, me fez olhar para dentro de mim e aprender a aceitar tudo oqeu por lá encontro: "nunca deitem nada fora!" Porque amanhã esse pedaço de vós pode fazer sentido....

.......... mais do que alguma vez poderiéis vir a imaginar!

E por enquanto, fico por aqui. Deixo-vos com as tais palavras:

O Que eu adoro... ou parte!

Adoro o toque de lençóis lavados,
O desembrulhar de sonhos inesperados
Adoro acordar com quem sonho ao lado,
E voltar a adormecer segura do desejado,
Segura de ter amado
(Feliz por ser amada)

Adoro ver a cidade a acordar…
O breve espreguiçar do sol ou o bocejar do mar
Os tímidos raios matinais no meu corpo
O sussurrar das ondas na Foz do Porto
E o sorriso envolvente a que me entrego e que me trespassa
Ao contemplar o horizonte que também sorri e me abraça….

Adoro viajar, conhecer, divagar…. Enfim sonhar
Entre mundos humanos e animais, imaginados e reais…
Ao som, sempre ao som da música, cantada ou somente tocada,
Mas sentida e sempre, sempre presente, ouvida e acarinhada

Adoro a música…
Porque me liberta, porque me revela, porque me desarma e conforta,
Porque me leva a recantos de mim mesma, ao mais fundo da minha alma,
Porque me projecta nos outros e desvenda os seus prolongamentos em mim…
Adoro a música…
Na complexidade de um simples “porque sim”

Adoro a chuva…
Ouvir, cheirar, sentir a chuva,
Sorrir, cantar, sentir à chuva
Só ou acompanhada, triste ou animada

Partir à descoberta, num dia ou numa noite abençoada
Sem destino, mas com metas traçadas
Sem limitações, mas com direcções delineadas
Partir à descoberta de mim, dos outros e dos intermédios sem fim