"Pra ti, o restolho..."

Depois de um dia de trabalho, o lema era descanso, já que ontem um ímpeto nos levou muito além da muralha fernandina! ;)

Divertimo-nos e divertimos, mas hoje o corpo pede descanso!

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A doce rebaldaria está tranquila, aquecida pelo amarelo, embalada pela conversa fluída e envolvente de interlocutores atentos e estimulantes...

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O computador está ligado. Avisa quem chega até cá por outros meios e claro, dá-nos música... um must, um vício!!

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Ao maximizar o media player vejo Mafalda Veiga, muitas músicas dela, muitos álbuns...

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"Sim, sacamos os albuns todos!", diz o bigo.

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A surpresa faz-me procurar a "lume".

Vejo-o e acedo à gula. (já não ouvia há muito tempo!)

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O Bigo sorri e diz... "Pra ti restolho. Ouve a restolho"

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Entendo bem o que me diz com o olhar, com a música....

Páro a "Lume" e percorro a "Restolho", feliz com o carinho, com a certeza da amizade e da força que ela me dá....

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Geme o restolho, triste e solitário

a embalar a noite escura e fria

e a perder-se no olhar da ventania

que canta ao tom do velho campanário

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Geme o restolho, preso de saudade

esquecido, enlouquecido, dominado

escondido entre as sombras do montado

sem forças e sem cor e sem vontade

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Geme o restolho, a transpirar de chuva

nos campos que a ceifeira mutilou

dormindo em velhos sonhos que sonhou

na alma a mágoa enorme, intensa, aguda

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Mas é preciso morrer e nascer de novo

semear no pó e voltar a colher

há que ser trigo, depois ser restolho

há que penar para aprender a viver

e a vida não é existir sem mais nada

a vida não é dia sim, dia não

É feita em cada entrega alucinada

pra receber daquilo que aumenta o coração

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Obrigada Fungi....

:)